segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A história da homeopatia no Brasil teve os seus capítulos iniciais quando o médico francês Benoit Jules Mure (1809 -1858) desembarcou no país, com os ensinamentos de  Samuel Hahnemman na bagagem. Mure aportou em terras brasileiras depois de uma peregrinação pela Europa divulgando os princípios da então nova arte médica. Palermo, Paris, Cairo e Malta estiveram em seu roteiro de propaganda homeopática.

Quando desembarcou no Rio de Janeiro, a bordo da barca francesa Eole, em novembro de 1840, Mure estava com 31 anos e repleto de projetos visionários. Filho de um rico burguês de Lyon,formou-se em medicina em Montpellier (um reduto da medicina vitalista) e recuperava-se de uma tuberculose pulmonar – doença comum na época.

O propósito inicial da vinda de Mure ao Brasil era a fundação de uma colônia societária, em Santa Catarina, com a ajuda de cem famílias trazidas de Paris. O médico,representante oficial da Union Industrielle de Paris,  e os colonos franceses foram apresentados ao Imperador em 1841. Com a aprovação de D. Pedro II, no ano seguinte, a colônia do Sahy é fundada. Na região, Mure instala a Escola Suplementar de Medicina e o Instituto Homeopático do Sahy - fundando um dispensário de medicamentos, um centro de ensino com ambulatório e uma comissão de correspondência e redação. Apesar dos esforços, a colônia não vingou.

Benoit Jules Mure continua o trabalho em prol da homeopatia, fazendo palestras  e buscando uma medicina social mais ativa.  Seu objetivo era conseguir um parecer favorável da academia médica para a então nova escola médica. Contrário a exclusão e defensor da saúde pública, o médico francês incorporou a seu projeto de expansão da homeopatia o tratamento dos escravos e dos excluídos do Brasil imperial.
Homeopatia (do grego ὅμοιος + πάθος transliterado hómoios - + páthos = "semelhante" + "doença") é um termo criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) para designar uma terapia alternativa que se baseia no princípio similia similibus curantur ("os semelhantes curam-se pelos semelhantes"). Confunde-se-a com a fitoterapia, por conta dos produtos usados em suas formulações, embora ambas tenham corpo ideológico e metodologia essencialmente distintos.
De fato, o tratamento homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extremamente pequenas dos agentes que produzem os mesmos sintomas em pessoas saudáveis, expostas a quantidades maiores. Desse modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora.[1] O medicamento homeopático é preparado em um processo que consiste em diluição sucessiva da substância, sucussão e "dinamização" (ou "potencialização"), em uma série de passos.
Homeopatia não se acha pacificamente inserida como especialidade médica em todos os países. Mesmo aqueles que lhe conferem alguma aceitação oferecem-lhe certas restrições, ou de natureza institucional (as comunidades científico-médicas, os conselhos ou as ordens médicas etc.) ou de cunho legal (as disposições normativas pertinentes na ordem jurídico-política de cada país). Consideram-se questionáveis, sob a óptica da metodologia científica vigente, tanto o princípio como as técnicas, que deveriam ser provados e aprovados segundo os cânones do método científico moderno. Em particular, citam-se:
  1. Os altos níveis de diluição (variando de acordo com o medicamento), que conduziriam eventualmente à ineficácia por efetiva inexistência de princípio ativo (os homeopáticos são tão diluidos que, em doses comuns, chega a ser impossível haver uma única molécula do princípio ativo em toda a solução);
  2. A escassez de estudos acadêmico-científicos específicos, em particular os que comprovem a eficácia de tal método (sobretudo estudos de duplo-cego);
  3. O grande número de estudos científicos ortodoxos com resultados negativos — a concluirem pela ineficácia da homeopatia.
No Brasil, é considerada especialidade médica desde 1980 e é utilizada pelo Sistema Único de Saúde desde 2006, além de ser uma das práticas alternativas recomendadas pela Organização Mundial de SaúdeOMS.[2]

Generalidades

Homeopatia é considerada uma filosofia (lato sensur) holística, vitalística, pelo fato de interpretar doenças e enfermidades como causadas pelo desequilíbrio ou distúrbio de uma hipotética[3] energia espiritual ou força vital no organismo de quem as apresenta. Desse modo, ela vê tais distúrbios como manifestações em sintomas únicos e bem definidos. Sustenta que a força vital tem o poder de se adaptar a causas internas ou externas. É a "lei da suscetibilidade" homeopática, sob a qual um estado mental negativo pode atrair entidades hipotéticas chamadas "miasmas", as quais invadem o organismo e produzem os sintomas das doenças.[4] Hahnemann, contudo, rejeitou a ideia de ser a doença "algo separado, uma entidade invasora" e insistiu em que ela é parte de um "todo vital".[5]

História

Hipócrates

Os defensores da homeopatia destacam o fato de que alguns princípios gerais da homeopatia já teriam sido enunciados por Hipócrates há cerca de 2500 anos:
  • Observar. Para Hipócrates, grande parte da arte médica consiste na capacidade de observação do médico. A observação deve ser feita sem nenhum tipo de preconceito ou julgamento, estando o prático aberto aos relatos explícitos e implícitos do paciente.
  • Estudar o doente, não a doença. Este princípio, proposto no Ocidente pela primeira vez no tempo de Hipócrates, assentou as bases da holística, estabelecendo que na compreensão do processo saúde/enfermidade não se divide a pessoa em sistemas ou órgãos, devendo-se avaliar a totalidade sintética do indivíduo. Este ponto é essencial no entendimento das históricas divergências entre as escolas de Cós (cujo expoente principal é o próprio Hipócrates) e de Cnido. Esta última pregava a especialização, a impessoalidade, o organicismo e a classificação das doenças.
  • Avaliar honestamente. Dá-se importância à leitura prognóstica dos problemas da pessoa.
  • Ajudar a natureza. A função precípua do médico é auxiliar as forças naturais do corpo para conseguir a harmonia, isto é, a saúde.
Esses princípios guardam semelhança com as conclusões de Samuel Hahnemann no século XVIII, como se expõe a seguir.
Hipócrates foi também o primeiro a descrever as duas maneiras principais de abordar a terapêutica:
  • Similia similibus curantur: "Semelhantes são curados por semelhantes". Base terapêutica da homeopatia.
  • Contraria contrariis curantur. "Contrários são curados por contrários". Princípio seguido por Galeno que estabeleceu também as bases da alopatia.
A visão integradora de Hipócrates permeia sua obra, cujos textos mais conhecidos são Aforismos e Juramento. A saúde, para ele, é resultado da harmonia entre os quatro humores que ele acreditava estarem presentes no corpo e da interação da pessoa com o meio. Higiene, dieta, exercícios físicos, clima e outras circunstâncias são levadas em consideração na avaliação da saúde. O adoecimento obedeceria, de acordo com o pensamento de Hipócrates, a três estágios facilmente reconhecíveis por um observador atento:
(1º) degeneração (desequilíbrio) dos humores;
(2º) cocção; e
(3º) crise.
Não se dava importância à classificação das doenças, levando-se muito mais em conta a pessoa e seu contexto. Na terapêutica era parco o uso de medicamentos, interferindo-se somente nos momentos considerados necessários, quando a natureza o indicasse. Ficou muito conhecido no seu tempo por sua honestidade científica e na relação com os pacientes e seus familiares, insistindo na necessidade de se trabalhar com a verdade e de se fazer a leitura do prognóstico do estado de saúde. Estabeleceu as bases da ética nas relações entre médicos, entre médico e discípulos e entre médicos e pacientes.
Todavia, embora o pensamento de Hipócratres seja de enorme importância para a história da medicina e formação da ética médica, considera-se ter pouca importância epistemológica, a começar pelo fato de que três dos quatro humores por ele descritos e nos quais fundamentava o seu pensar sequer existem. Ele acreditava que a saúde era resultado do equilíbrio entre quatro supostos líquidos diferentes secretados pelo corpo: o sangue (único dos quatro que realmente existe), a fleuma, a bile amarela e a bile negra. Acreditava ainda que a proporção desses líquidos era capaz de definir as variações de caráter entre os humanos.

De Hipócrates a Paracelso

Os séculos seguintes apresentaram preponderância crescente das crenças de Cnido e das práticas de Galeno, chegando ao dogmatismo. O establishment da Antigüidade e, posteriormente, da Idade Média, não permitia qualquer tipo de oposição às ideias galênicas que reinaram quase absolutas por quinze séculos. Galeno ficou conhecido por seus preparados farmacêuticos que incluíam várias substâncias em cada um deles. Sua teriaga, uma de tantas misturas preparadas, chegou a ter mais de setenta ingredientes em sua composição até a época de sua morte. Na Idade Média o preparado já continha mais de cem substâncias, sendo usado como antídoto universal. Até o final do Século XIX a teriaga estava registrada nas farmacopéias oficiais de vários países europeus.

Paracelso

Um dos maiores críticos de Galeno, e, não casualmente, devoto de Hipócrates, foi Paracelso (14911541). Dotado de um espírito questionador, iconoclasta e revolucionário, esse médico e alquimista, nascido em Zurique, abalou as estruturas acadêmicas de sua época, questionando os clássicos e afirmando a necessidade de se realizarem experiências e observações próprias para o conhecimento da ciência. Com efeito, a medicina paracelsista é um retorno à filosofia da natureza, ao holismo. Ele vê a pessoa submetida às mesmas leis e princípios que governam o universo; em suas palavras: "Assim como é em cima, é em baixo". Para ele, a saúde é resultante da harmonia entre o homem (microcosmo) e o Universo (macrocosmo). Paracelso aceita o princípio da cura pelo semelhante e prescreve: "Scorpio escorpionem curat".

[editar] Samuel Hahnemann

No Século XVIII, Samuel Hahnemann (1755-1843) nasce na Alemanha e inicia sua prática médica em 1779. Naquela época, sangrias, eméticos e purgantes eram receitados sem nenhum resguardo. Os médicos julgavam-se autoridades máximas, acima da natureza, e não duvidavam de seus métodos mesmo diante de desastrosas evidências do dano que causavam. Hahnemann frustra-se profundamente com a prática médica e decide abandoná-la em 1789. Um de seus escritos reflete a angústia e o desânimo que pousaram sobre ele naquela época: "converter-me em assassino de meus irmãos era para mim um pensamento tão terrível que renunciei à prática para não me expor mais a continuar prejudicando". Essa postura mostra sintonia com a máxima hipocrática: "Primo nil nocere", ou seja, primeiramente não prejudicar.
Era um poliglota. Consta que conhecia grego, latim, hebraico, árabe, caldeu, alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, entre outras línguas. O conhecimento desses idiomas é decisivo no futuro de Hahnemann, pois, havendo abandonado a prática médica, começa a sobreviver realizando trabalhos de tradução. Traduz, sobretudo, obras médicas e científicas, retomando estudos de antigos mestres como Hipócrates, Paracelso, Jan Baptista van Helmont, Thomas Sydenham, Boerhaave, Stahl e Albrecht von Haller.
A história registra sua personalidade prodigiosa, dotada de capacidade de observação e de senso crítico. Foi quando trabalhava na tradução da Materia Medica de Cullen, em 1790, que um fato descrito por aquele autor chamou sua atenção. A Cinchona officinalis (quinina ou simplesmente quina) era usada na Europa, proveniente do Peru, para o tratamento do paludismo. Segundo explicações do autor do livro, a Cinchona atuaria fortalecendo o estômago e produzindo uma substância contrária à febre. Movido por curiosidade e intuição científicas, Hahnemann decide provar, nele mesmo, o medicamento. Observou em si o aparecimento de sintomas semelhantes ao das crises febris da malária (esfriamento das extremidades, rubor facial, sonolência, prostração, pulsações na cabeça) ao ingerir a quina e seu desaparecimento ao cessar o uso. Repetiu várias vezes o experimento com a quinina e depois continuou fazendo provas com beladona, mercúrio, digital, ópio, arsênico e outros medicamentos. Inspirado pela obra de von Haller, que preconizava o estudo do medicamento na pessoa saudável, antes de ser ministrada ao doente, inclui seus parentes nas experiências, observa e anota pormenorizadamente os resultados.
Depois de seis anos de pesquisas intensas, Hahnemann publica o "Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicamentosas, seguido de alguns comentários a respeito dos princípios aceitos na época atual". 1796 entra para a História da medicina como o ano de sistematização dos conhecimentos homeopáticos (para alguns o "nascimento da homeopatia"). Como visto acima, os princípios já haviam sido enunciados por outros médicos anteriormente, mas é Hahnemann quem dá um corpo único, coerente, sintético, com fundamentos nitidamente compreensíveis à homeopatia. É curioso mencionar que foi ele quem cunhou os termos "homeopatia" (à qual também se referia como Arte de Curar) e "alopatia" (Prática abusiva, agressiva e pouco eficaz).
A partir de 1801 Hahnemann começa a usar "medicamentos dinamizados" (técnica própria da homeopatia que visa o desenvolvimento da força medicamentosa latente na substância e que consiste em submeter a droga a diluições e sucussões sucessivas) e observa que isso dá mais potência ao medicamento. Em 1810 publica sua obra fundamental, "Organon da Medicina Racional", mais tarde, "Organon da Arte de Curar". Em vida, chega a publicar cinco edições do Organon. A sexta e definitiva edição vai para o prelo post mortem, em 1921.

Princípios da homeopatia

Além da visão holística impressa em toda a obra de Hahnemann, ou seja, a visão do todo sobre as partes, há quatro princípios que orientam a prática homeopática, quais sejam:
  • Lei dos Semelhantes: Resultado de suas releituras dos Clássicos e, sobretudo, de suas próprias experiências, anuncia esta Lei universal da cura: similia similibus curantur. Exemplificando, um medicamento capaz de provocar, em uma pessoa sadia, angústia existencial que melhora após diarréia e febre, curaria uma pessoa cuja doença natural apresente essas características.
  • Experimentação na pessoa sadia: A fim de conhecerem as potencialidades terapêuticas dos medicamentos, os homeopatas realizam provas, chamadas patogenesias; em geral são eles mesmos os experimentadores. Tipicamente não se fazem experiências com animais. Uma condição básica para a escolha dos provandos é que sejam saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca são os efeitos puros dessas substâncias.
  • Doses infinitesimais: A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria que consiste em diluições infinitesimais seguidas de sucussões rítmicas, ou seja: mistura-se uma pequena quantidade de uma substância específica em muita água e/ou álcool e agita-se bastante. A tese é de que essa técnica "desperte" as propriedades latentes da substância. Isso é chamado de "dinamização" ou "potencialização" do medicamento.
  • Medicamento único: Primeiro o homeopata avalia se a natureza individual está a "pedir" intervenção com medicamento, pois esse é um dos meios que o médico tem para auxiliar a pessoa, não o único. Sendo o caso, usa-se um medicamento por vez, levando-se em conta a totalidade sintomática do paciente. Só assim é possível ver seus efeitos, a resposta terapêutica e avaliar sua eficiência ou não. Após a primeira prescrição é que se pode fazer a leitura prognóstica, ver se é necessário repetir a dose, modificar o medicamento ou aguardar a evolução.
É surpreendente que Hahnemann tenha enunciado os princípios da homeopatia no final do século XVIII, somente como resultado da observação, pois só no século XX (principalmente na segunda metade) é que a expressão integral desse preceito começou a ser notada por contemporâneos, com destaques para as pesquisas de George Vithoulkas, Masaru Emoto, Jacques Benveniste, Fritjof Capra, C.G.Jung, Lovelock, Lynn Margulis, Gregory Bateson, Humberto Maturana, Lorenz, Bohr dentre vários outros. É evidente que esta pequena lista mostra cientistas de ramos muito diferentes e que a relação de suas pesquisas com a homeopatia pode não ser direta. Mas todos têm algo muito forte em comum: a ruptura com a visão cartesiana-positivista de parte substancial da ciência ocidental.
Depois de Hahnemann, a homeopatia expandiu-se, tendo seu desenvolvimento e sua aceitação atingido diferentes níveis nas várias regiões do mundo. Por exemplo, na Índia e no Brasil a homeopatia faz parte das políticas oficiais de saúde. Já na Argentina está banida das políticas públicas, chegando a ser praticamente proibida em algumas províncias.

Ideologias da homeopatia

  • Unicismo: Prescrição de um único medicamento, igualmente a Hahnemann.
  • Pluralismo: É chamado também de alternismo, dois medicamentos administrados em horas distintas, um complementando o outro.
  • Complexismo: São prescritos dois ou mais medicamentos que podem ser administrados simultâneamente. A indústria produz em larga escala medicamentos ditos complexos, que tem objetivos de tratar doenças particulares, não considerando a lei dos semelhantes.
  • Organicismo: O medicamento é prescrito conforme o órgão doente. Esta prática aproxima-se muito da alopatia.

Paradigmas Conceituais

Todas as dúvidas só fazem sentido na medida em que muitos antigos defensores da homeopatia utilizavam-se de conceitos ultrapassados e errôneos, como a teoria dos humores, e interpretações alternativas de teorias de difícil compreensão, para justificar mecanismos de ação dos princípios ativos ultradiluídos. Entretanto, atualmente já existem vários instrumentos e inclusive patenteados no mundo inteiro, que comprovam o diagnóstico homeopático pela resposta energético-frequencial, também conhecido como biorressonância e a sua comprovada demonstração prática através do seu imediato efeito ao nível mental e que também não deixam quaisquer dúvidas quanto a eficácia de seu efeito biológico posterior, assim cada vez mais a ciência médica, com o apoio da física vem elucidando os mecanismos sutis envolvidos nos processos de adoecimento e manutenção da saúde, relacionados com a questão energética. Todas as principais universidades possuem a cadeira de homeopatia e realizam pesquisa e ensino na área, sendo portanto o método acreditado por instituições de renome e grandes nomes que ali lecionam (Homeopatia na USP).

A questão da superdiluição

Alguns cientistas acreditam que diluir substâncias tanto quanto é feito na Homeopatia diminuiria drasticamente o efeito que a substância em questão possui.

Exemplificações

Em dias quentes é tradicionalmente comum na Índia e na China tomarem chá quente. Paradoxalmente, e comprovado ao longo de milhares de anos e por milhões de pessoas, ao invés dos organismos sentirem aquecidos, passam a sentir mais frescos. Por que? Porque houve a resposta da energia vital, onde o fator calórico foi reconhecido e como resposta a esta informação, o organismo passou a se esfriar. Portanto, ao contrário da alopatia que trabalha somente com a lei dos opostos: antibióticos, anti-inflamatórios, antitérmicos e vários outros "anti", a homeopatia faz acordar a resposta energética correta, assim como um programa de computador passa a detectar a presença de um vírus, somente através de um dado programa, onde não se altera a estrutura de hardware. E mais: verifica-se que nossa energia vital tem forças naturais para debelar infecções, inflamações, ou mesmo estados de choque, a depender da energia vital, dando-lhe o correto estímulo, por entrar em ressonância com o órgão ou organismo e assim produzir a resposta de cura. Assim sendo, passamos a entender perfeitamente do porque que muitos experimentos homeopáticos passaram a ser classificados como charlatanices: simplesmente porque caíram na armadilha da padronização alopática de querer dar um só tipo de medicação para cada doença, ao invés de avaliar individualmente a resposta adequada para cada um com base na sua própria resposta energética.
Ainda assim, não podemos nos esquecer que no início do século passado, quando ainda não existiam antibióticos, a eficácia dos hospitais homeopáticos era bem superior aos alopáticos e sem produzir efeitos colaterais ou resistência bacteriana ou viral, tratando com sucesso inúmeros quadros epidêmicos.

Preparo dos medicamentos

Almofariz e pilão usados para trituração e moagem de sólidos insolúveis a serem empregados em medicamentos homeopáticos, inclusive conchas de ostras, quartzo e outros constituintes.
O preparo dos medicamentos homeopáticos segue princípios e técnicas bem definidos e simples em si [a questão da validade não é aqui discutida]. De ordinário, há as seguintes etapas:
  1. Extração dum princípio mineral ou vegetal da fonte;
  2. Pulverização (trituração e moagem) do insumo, quando necessário;
  3. Dissolução num veículo adequado, aquoso, hidroalcóolico etc.;
  4. Diluição em sequência centesimal hahnemanniana;
  5. Dinamização, ou Potencialização ou ainda sucussão.

Quadro de diluições

As soluções homeopáticas — frequentemente ditas simplesmente diluições homeopáticas — preparam-se segundo uma sequência centesimal. Eis a regra para esse preparo:
"Toma-se uma parte da substância curativa pura e dilui-se-a em 99 partes de solução hidroalcoólica a 70% (i.e., 70% de álcool etílico e 30% de água): esta é a primeira diluição ou primeira potência (CH1). Depois, da diluição resultante, toma-se 1(uma) parte e dilui-se-a novamente com 99 partes de solução alcoólica a 70%; esta é a segunda diluição ou segunda potência (CH2). E assim por diante".[6] A homeopatia considera que quanto maior a diluição seguida da sucussão, tanto maior será a potência do preparado.
É digno de nota que a diluição primordial é de "1 parte do soluto para 99 partes do solvente (no caso, a solução essencial hidroalcoólica citada)". Se se considera que a parte do soluto — usualmente ínfima em massa e em volume — ao ser adicionada ao solvente resulta uma solução que reúne o volumes do soluto (volume algo alterado por interações físico-químicas moleculares, v.g., solvatação etc.) e o volume do solvente, pode-se, sem erro significativo, dizer que o volume da solução é de 100 partes; logo a concentração do soluto (na solução, uma fração volumétrica) será de 1:100 ou 0,01 ou 10−2. Representa-se-o, na homeopatia, por 1C, C1, 1CH ou CH1, que se lê "1ª concentração (diluição ou potência) centesimal hahnemanniana.
Já que as diluições sucessivas são, de ordinário, centesimais, a seguinte generalização representa matematicamente esse processo:
CH_x = 10 – 2.X (em base decimal), ou, equivalentemente, CH_x = 100 – X (em base centesimal), que expressa diretamente a ideia de diluição centesimal.

Medicamentos homeopáticos

Para uma lista de medicamentos homeopáticos, veja Lista de remédios homeopáticos.

Homeopatia no Brasil

A prática da homeopatia chegou ao Brasil em 1840, pelas mãos do médico francês Dr. Benoit Jules Mure (Bento Mure) que, na cidade do Rio de Janeiro, fundou a primeira escola para o seu ensino: o Instituto Homeopático Brasileiro. Os diversos insumos então utilizados vinham da Europa. Dr. Mure e seu amigo, Dr. João Vicente Martins, ministravam os cursos e o interesse dos farmacêuticos era crescente.
A cisão da homeopatia da prática médica deu-se por volta de 1851, por parte dessa instituição acadêmica. Com o Decreto nº 9554 de 1886, os farmacêuticos ganharam o poder de manipular medicamentos.
Com o passar dos anos surgiram leis específicas para a farmácia homeopática, e com muitos esforços da classe médica e farmacêutica, foi elaborado o Decreto nº 78841, aprovando a 1ª edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Entretanto, apenas em 1980 é que o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia como especialidade médica, apesar da profissão ainda poder ser exercida legalmente por outros profissionais da área de saúde, tais como: veterinários, odontólogos, psicólogos e enfermeiros [4].

Homeopatia na Saúde Pública

Na Inglaterra, o comité da ciência e tecnologia da Casa dos Comuns declarou que as "políticas governamentais de homeopatia não eram baseadas em provas fiáveis", sugerindo que o serviço nacional de saúde deixe de apoiar tratamentos que não são cientificamente provados.[9]
Estudos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), no Brasil,[10] mostram resultados muito positivos em favor da homeopatia, quando comparada à alopatia na Atenção Primária de Saude. Menor índice de encaminhamentos e menor número de exames complementares estão a explicitar maior resolução dos problemas. Os custos do tratamento para o Sistema Único de Saúde são também sensivelmente menores. Assim, a PBH ampliou o acesso gratuito da população de Belo Horizonte aos serviços de homeopatia, criando o PROHAMA e inserindo médicos homeopatas nas Unidades de Saúde do Município.
Uma pesquisa para dissertação de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais [11] apontou a percepção que tinham da homeopatia os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) quando comparada com a alopatia. Os resultados foram positivos para a homeopatia, o que explicaria a enorme demanda por homeopatas no SUS do Brasil e as longas filas de espera por uma consulta.
Outra pequisa realizada em São Paulo, por Moreira Neto (2001) [12] e publicada em revista aceita oficialmente pela CAPES, em Unidades Básicas de Saúde (UBS), confirmou os estudos da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele encontrou que os homeopatas daquele município encaminhavam 1 de cada 41 pacientes atendidos, sendo que solicitavam 1 exame complementar em cada 31,3 consultas realizadas, a um custo médio de R$ 0,50 por exame (valores da tabela do SUS de 1995).

Apreciações críticas

Contrárias à homeopatia

Escassez de indícios de eficácia

Alguns cientistas consideram a homeopatia como um resquício pseudocientífico dos tempos da alquimia. Os resultados iniciais atribuídos à homeopatia podem ser explicados como efeito placebo. Alega-se que os medicamentos homeopáticos foram cientificamente testados (no chamado estudo duplo-cego, para controlar os efeitos placebos) várias vezes e alguns desses testes produziram resultados positivos. A maioria dos cientistas atribui isso a flutuações aleatórias, uma vez que os resultados quase não são mensuráveis, não podem ser reproduzidos de modo confiável e há uma grande quantidade de testes em que a homeopatia falha. Além disso, o modo básico como os testes são realizados leva uma pequena fração dos testes a produzirem falsos resultados positivos. Normalmente isso é evitado por meios estatísticos, mas quando uma grande quantidade de testes são realizados, um ou dois produzirão resultado positivo por efeitos aleatórios.
Em agosto de 2005, a revista científica The Lancet publicou u'a metanálise de 110 experimentos homeopáticos placebo-controlados e 110 experimentos médicos convencionais, baseados no "Programa para Avaliação de Medicinas Alternativas" do Governo da Suíça. No artigo os pesquisadores apresentam sua conclusão de que afinal "os efeitos clínicos da homeopatia são nada mais que efeitos placebo".[13]
O Parlamento da Grã-Bretanha também fez uma análise da eficácia de remédios homeopáticos. Os resultados apontam que as explicações científicas para a homeopatia não são convincentes. O governo britânico recomenda a interrupção imediata desse tipo de remédio no serviço público de saúde daquele país.[14]
Na pesquisa de qualquer fármaco, um trabalho científico deve ter algumas características específicas para ter valor real. Deve, pois, ser:
  1. Duplo-cego (ou seja, nem o terapeuta, nem o paciente sabem o que vai ser tomado, placebo ou fármaco);
  2. randomizado (pacientes com mesmo diagnóstico - ver abaixo - são sorteados aleatoriamente para uso de placebo ou fármaco em estudo);
  3. Prefencialmente multicêntrico (com trabalhos feitos em institutos de saúde diferentes para ver se método é reprodutível);
  4. Feito por pesquisadores independentes e sem vínculos de interesse.
Samuel Hahnemann (reputado re-criador da Homeopatia, na transição dos séculos 18 e 19), sem qualquer base científica para a época, utilizou um processo de diluições seqüenciais para preparar seus medicamentos. Ele diluía extratos de certas ervas e minerais "naturais", à razão de uma parte de medicamente para dez partes de água, que resultava concentração (ou diluição) de 1:10, agitava a solução e, então, diluía por outro fator de dez, resultando ao final em uma diluição de 1:100. Uma terceira repetição do processo produzia diluição de 1:1.000 e assim por diante. Cada diluição subseqüente adicionaria outro zero à direita. Ele repetia o processo várias vezes. Diluições extremas são rapidamente obtidas por esse método. Por meio da ciência química analítica, sabe-se que analiticamente o limite de diluição é alcançado quando sobra apenas uma molécula do medicamento no meio veículo. À luz dessa evidência, efetivamente além desse ponto, nada mais pode restar para se diluir. Em um sem número de medicamentos homeopáticos, por exemplo, a diluição de 30X é basicamente o padrão. A notação 30X significa que a substância foi diluída em uma parte em dez e agitada e o processo, então, repetido seqüencialmente trinta vezes. A diluição final é de uma parte de medicamento em 1030 (um nonilhão) partes de água. Isso está além do limite de diluição. Para ser exato, em uma diluição de 30X seria necessário se beber 7.874 galões [30 m³ ou 30.000 litros] da solução para se esperar encontrar apenas uma única molécula de medicamento. Comparado a muitas preparações homeopáticas, mesmo 30X é concentrado. Oscillococcinum, o remédio homeopático padrão para a gripe, é produzido a partir de fígado de pato, mas o seu uso generalizado na homeopatia cria pouco risco à população de patos — a diluição padrões é de 200C. C significa que o extrato é diluído em uma parte em cem e agitado, repetindo-se duas centenas de vezes. Isso resultaria em uma diluição de uma molécula de extrato para cada 10400 moléculas de água — isto é, 1 seguido de 400 zeros.
Um medicamento homepático preparado a partir da espécie vegetal Ledum palustre ssp.. A diluição 15CH aqui exibida, segundo o método da química analítica moderna, não deve conter sequer uma só molécula do princípio original.
Park destaca que Hahnemann provavelmente não estava ciente do limite da ultradiluição porque ele desconhecia o número de Avogadro, uma constante física que torna possível calcular o número de moléculas em uma amostra com uma certa massa de uma substância. Explica o sucesso que a homeopatia teve no início comparando com o uso à época de tratamentos verdadeiramente perigosos: "Os médicos ainda tratavam os pacientes com sangria, lavagens e freqüentes doses de mercúrio e outras substâncias tóxicas. Se o nostrum infinitamente diluído de Hahnemann não fazia nenhum bem, ao menos não fazia nenhum mal, permitindo as defesas naturais do paciente corrigirem o problema." Park explica ainda como os modernos homeopatas concordam que realmente não há nenhuma molécula de medicamento em seus remédios, mas que o líquido inexplicavelmente se "lembra" da substância após o processo de diluição. Como essa pseudomemória da substância é obtida nunca foi satisfatoriamente explicado. Os críticos também apontam a dissociação espontânea da água em ácido e base (o que explica porque seu pH é 7). A quantidade de ácido em um medicamento homeopático, embora pequena, é geralmente muito maior do que a quantidade de agentes ativos. Estudo realizado na Universidade de Toronto demonstrou existir "memória da água" sem presença de soluto, mas persistente por apenas 50 femtosegundos (1/20.000.000.000.000 de segundo).
A memória da água também parece se comportar de forma curiosamente seletiva, pois só se lembra dos ingredientes que o preparador do medicamento deseja. Supondo que a amostra inicial de água, com a qual se dilui pela primeira vez um medicamento homeopático, contivesse eventuais traços impurezas (ferrugem de canos ou outros elementos indesejáveis), concluir-se-ía que os seus efeitos também seriam dinamizados. Mesmo que um preparador atestasse ser pura ("sem" impureza) a amostra de água inicial, o próprio argumento da memória da água indicaria que efeitos de contaminações passadas poderiam estar presentes, ainda que nenhuma molécula de impureza se detetasse.
Recentemente, céticos em relação à homeopatia consumiram diante do público grandes quantidade de medicamentos homeopáticos a fim de demonstrar sua falta de efeito. Alguns, como James Randi, Richard Saunders e Peter Bowditch consumiram caixas inteiras de pílulas homeopáticas para dormir no começo de suas palestras públicas. SKEPP (um grupo de céticos belgas) realizou um conferência à imprensa na qual céticos tentaram cometer suicídio coletivo tomando diluições homeopáticas de veneno. [5]. Ninguém passou mal.

A questão da atenção médica

Consultas realizadas por homeopatas costumam ser mais demoradas e seus questionários mais extensos. Estas características conferem subjetivamente ao paciente um atendimento mais "humanizado" proporcionando um ambiente de maior confiança e empatia por parte de ambos, fortalecendo a relação médico-paciente. Sabe-se que este tipo de relação aumenta a eficácia dos efeitos placebos de toda e qualquer terapia, seja alopática, homeopática ou outra qualquer.[carece de fontes?]
Outra crítica aos trabalhos a favor da homeopatia é o diagnóstico da patologia a ser tratada. Se uma pessoa apresenta queixa de dor de cabeça, as causas catalogadas pelos neurologistas podem chegar a mais de uma centena. Ou seja, diversas doenças podem ser a causa de sintomas comuns. Alguns estudiosos duvidam que a maioria dos homeopatas consiga apenas através de uma consulta clínica classificar dentro de estritos critérios médicos todos os pacientes para toda uma vasta gama de queixas (e quase sem exames). Para tanto os homeopatas se valem de teorias empíricas próprias de funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos. Evidentemente os pacientes que serão estudados para finalidade de trabalho científico deverão ser catalogados pelas suas doenças e não pelas suas queixas (sintomas).[carece de fontes?]

A questão da tradição

Outra crítica à homeopatia é de que os argumentos em seu favor levariam muito em consideração práticas consolidadas sem questionamentos e de que seu conhecimento se pautaria em demasia nas afirmações de Hahnemann acriticamente. [carece de fontes?]

Placebo em bebês e outros

Argumenta-se freqüentemente que evidências do efeito favorável da homeopatia em bebês, animais domésticos e plantas seriam provas de que a homeopatia não agiria por efeito placebo, pois estes não estariam suscetiveis a esse efeito. No entanto, bebês e animais domésticos estão sim sujeitos aos efeitos benéficos do aumento de cuidados e atenção por parte do cuidados que ministra o preparado homeopático, que podem produzir as melhoras observadas. Além disso, as evidências a respeito geralmente são baseadas em dados subjetivos por parte de pesquisadores cientes do tratamento, o que pode levar a vieses de interpretação dos resultados. Esses vieses seriam eliminados através de estudos aleatorizados caso-controle duplo-cegos.[carece de fontes?]

Favoráveis à homeopatia

Os defensores da homeopatia asseveram que ela contempla o ser humano não de modo fragmentário, mas numa visão integrada, vendo-o como um todo onde corpo e psique são indissociáveis e, assim, necessitam ser abordados como um ente único. Neste aspecto — observam — ela se aproxima das medicinas clássicas orientais e do que viria a formar, no século XX, o pensamento sistêmico.

Estudos controlados e experimentos clínicos

A questão sobre estudos controlados (ou experimento controlado) — conquanto pilar da metodologia científica moderna — impõe uma reflexão sóbria sobre a sua pertinência ontológica: com efeito, a rigor, não se pode falar de experimento controlado, posto que não é possível garantir-se o absoluto controle preconizado tal que permita observar a ação de uma variável por vez (a desejada), excluídas indubitavelmente todas as demais. A rigor, deve-se falar-se "experimento quase-controlado", e aqueloutra expressão passa a ser tão-somente eufemismo metafórico para significar o estudo (ou o experimento) quase-controlado.[carece de fontes?]
Dana Ullman, em seu livro de 1995, The Consumer's Guide to Homeopathy, dedica um capítulo a "Evidências Científicas para a Medicina Homeopática". Cita um estudo de 1991 que afirma:
" Três professores de medicina dos Países Baixos, nenhum deles homeopatas, fizeram u'a metanálise de 25 anos de estudos clínicos usando medicamentos homeopatas e publicaram seus resultados no periódico British Medical Journal. Essa metanálise cobriu 107 estudos controlados, dos quais 81 mostraram que medicamentos homeopáticos foram eficazes, 24 se mostraram ineficazes e 2 foram inconclusivos. Os professores concluiram, 'A quantidade de resultados positivos veio como uma surpresa para nós'. "
Ainda sobre metanálise, um dos últimos trabalhos do pesquisador Jacques Benveniste sobre homeopatia (Are the clinical effects of homoeopathy placebo effects? A meta-analysis of placebo-controlled trials. Lancet, Volume 350, Issue 9081, 20 September 1997, Pages 834-843 [15]) demonstra que, se comparados tratamentos homeopáticos com placebos, há uma intrigante vantagem no primeiro tipo. Nesse trabalho, propos-se avaliar a eficácia de ambas alternativas revisando trabalhos da literatura, e a homeopatia pareceu sair-se melhor. Em seguida, publicaram-se na mesma revista duas críticas de céticos. Um deles alega compararem-se dois elementos não-comparáveis, vez que, por princípio, parece não haver diferença entre o medicamento homeopático e a água, e as diferenças observadas nesse estudo serem fruto do acaso (apesar do elevado número de casos avaliados). O outro aponta viéses na análise, dado as diferenças entre pacientes e de métodos de diagnóstico, entre os trabalhos analisados por Benveniste e colaboradores.

Aceitação da homeopatia nos países

A aceitação da homeopatia como uma forma autônoma e válida de medicina depende da legislação de cada país. Eis o panorama conforme vigente até esta data (15 de maio de 2010):
  • Austrália: à semelhança do qu ocorre no Reino Unido, a homeopatia é legalizada como prática médica, por ato do parlamento.
  • Bélgica: a homeopatia é reconhecida, desde que praticada por médicos. Cerca de 25% da população belga utiliza por vezes medicamentos homeopáticos.
  • Brasil: a partir de 1979 a homeopatia passou a constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira e em 1980, do rol de especialidades do Conselho Federal de Medicina, deixando de fazer parte das medicinas alternativas e passando a constituir parte do que hoje se chama medicinas integrativas. O SUS - Sistema Único de Saúde - a inclui em suas rotinas de atendimento e hoje está estabelecida como política de Estado. Há no País médicos veterinários e odontólogos, além de farmacêuticos e psicólogos, que trabalham oficialmente com homeopatia. Há também a formação em homeopatia ministrada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) onde não se exige graduação na área de saúde, e nem mesmo um curso superior, formando os chamados "terapeutas homeopatas", atividade que tem causado muita controvérsia. Todavia são poucas as faculdades de medicina no país que reconhecem a homeopatia como especialidade médica. A maior parte dos cursos de medicina (sobretudo os das universidades públicas e particulares de ponta) não reconhecem esta modalidade e nem a introduzem em suas ementas(Homeopatia na USP). Entre as poucas universidades que permitem o ensino de tais práticas a maioria deixa a critério dos alunos a opção entre estudá-las ou não, ao definirem as disciplinas relacionadas ao método como eletivas.[16]
  • Espanha: a homeopatia é reconhecida como especialidade médica, sendo ensinada nas universidades de Sevilha, Valladolid, Múrcia, Barcelona, Bilbao e Málaga.
  • EUA: depois de ter sido popular no começo do século XX e ter declinado, a homeopatia ressurge, com escolas de formação em vários estados. Na década de '80 havia cerca de 1000 médicos homeopatas, e outros três mil profissionais usando homeopatia, inclusive dentistas, veterinários e psicólogos.
  • França: a homeopatia segue as regras estabelecidas por Phillipe de Lyon, que só aceita as potências até CH30. Estes medicamentos, prescritos por médicos, são reembolsados pelo sistema público de saúde. Quase todas as farmácias francesas vendem medicamentos homeopáticos.
  • Índia: há mais de 120 escolas de homeopatia, ligadas a universidades e a hospitais. 19 delas são mantidas pelo governo.
  • Países Baixos: a homeopatia não tem reconhecimento oficial, mas uma lei de 1996 garante o direito de cada pessoa escolher entre o tratamento pela medicina oficial ou por outra forma de terapia.
  • Portugal: a Ordem dos Médicos não reconhece a homeopatia como especialidade médica. No entanto, existem duas associações, uma em Lisboa (SPH) e outra no Porto (SPMH), que aceitam apenas médicos como membros. As farmácias em Portugal vendem medicamentos homeopáticos com autorização do Infarmed.
  • Reino Unido: a homeopatia é legalizada como prática médica. Um ato do parlamento inglês de 1950 (Ato da Faculdade de Homeopatia) reuniu as leis e regulamentos sobre a prática da homeopatia.
  • República Checa: há cerca de mil médicos homeopatas clássicos, que não receitam apenas remédios homeopáticos porque as companhias de seguro não cobrem os gastos.
  • Romênia: a homeopatia foi legalizada em 1969, e é exercida apenas por médicos. Há cerca de setecentos homeopatas no país.